Activistas aprimoram Mecanismo de Trabalho para estimular mais adesão de Beneficiários
Como forma de chamar mais pessoas aos serviços de aconselhamento e testagem em HIV e TB das vítimas do terrorismo em Moeda, a ASAC incorporou novos serviços de atendimento. A medida visa desanuviar a ideia segundo a qual, nas nossas tendas apenas pessoas seropositivas são atendidas, o que cria estigma e discriminação de quem procura os serviços da ASAC.
Voluntários da Associação Social de Apoio Comunitário trabalham arduamente com vista a garantir o atendimento aos deslocados nos centros de reassentamento do distrito de Mueda. As ações de testagem e aconselhamento voluntário do HIV prosseguem a cada dia que passa, embora alguns desafios acompanhem o trabalho. Por exemplo, no Centro de reassentamento de Lianda, os voluntários apontam a redução do número de pessoas a aderir às consultas da ASAC por temer estigma e discriminação por parte da sociedade.
Mussagi Alde, oficial de desenvolvimento comunitário da ASAC, que visitou recentemente algumas aldeias de reassentamento em Mueda descreve o fenômeno.
“Feitas algumas conversas com os colegas, descobrimos que as pessoas estão a evitar visitar o nosso acampamento ou as nossas tendas por causa do estigma. Eles já têm informação que lá só trata-se do HIV.”
Aliado a este desafio está também a insuficiência de equipamentos dos activistas que se encontram na linha da frente na testagem, identificação e reintegração de pacientes com o HIV que tenham abandonado o tratamento antirretroviral em consequência da instabilidade que caracteriza alguns distritos do norte e centro de Cabo Delgado.
Os desafios encontrados constituem para a Associação Social de Apoio Comunitário um catalizador para imprimir dinâmicas a garantir que a promoção do bem-estar da comunidade, que é o lema que norteia do trabalho da organização, decorra sem sobressaltos.
Neste contexto, diligências estão a ser efectuadas por forma a adquirir-se os equipamentos de trabalho em falta, tal como garantiu a este BOLETIM, o oficial de desenvolvimento comunitário da ASAC.
No que diz respeito especificamente ao estigma que está a retrair a adesão das pessoas deslocadas ao serviços da ASAC, a solução encontrada foi a inclusão de atendimento as outras patologias, uma medida que pretende dissociar o atendimento da nossa agremiação a aspectos estritamente ligados ao HIV.
“Já estamos a criar mecanismos para ultrapassar este problema: um deles é a aquisição de outros fármacos para darmos assistência também a outras doenças, a exemplo de malária e outras doenças para que as pessoas não ficarem com aquele pensamento de que, naquela tenda, só trata-se do HIV”, refere Mussagi Alde.
Aliás, a Associação Social de Apoio Comunitário incorporou novos componentes no processo de contratação de novos activistas para responder ao desafio de aumentar o número dos beneficiários dos serviços da ASAC, tal como explica em entrevista a este BOLETIM, oficial de desenvolvimento comunitário.
“Na contratação de activistas vamos dar a eles a informação de que, não nos limitamos apenas a tratar assuntos do HIV, mas também outras doenças para tentar apagar essa ‘confusão’ na cabeça dos deslocados.”
Fizeram parte da viagem ao distrito de Mueda, Ussene Francisco, oficial de Programa , Essumaila Oficial de Monitoria e avaliação e o Mussagi Alde, oficial de desenvolvimento comunitário.